Invasão

A floresta espessa oferecia muitos lugares para esconderijo. Mary, Lu e Lou corriam de um lado para o outro tentando escolher o melhor.
Desde que perceberam no ar o toque de uma música estranha, ficaram com medo. A cantilena repetitiva com batuques ritmados, ao soar, estremecia a terra.
De trás dos troncos centenários, puderam ver com pavor coisas horríveis acontecerem: a cada batuque surgiam seres estranhos, não era possível definir.
Criaturas numa forma rudimentar, repentinamente emendavam-se uns aos outros, ficavam mais disformes. Não tinham cabelos, mas suas cabeças vistas de longe pareciam ter. Semelhantes a um barro escuro gelatinoso, feições mal definidas, moldavam-se. Moviam-se mudos em direção aos três, como se a floresta lhes fosse transparente.

Os jovens olhavam-se sem falar, o terror estampado no rosto. Mudaram de lugar com cautela, sentiram-se mais seguros, podiam observar. Mal respiravam.
Estarrecidos presenciaram um grupo de três monstros detectar um humano, que ao correr caiu. Seguiram-no em marcha lenta, abateram-no com pauladas. Avolumaram-se ao absorver o corpo. Numa cabana abandonada, por baixo de uma cama de varas, ouviram a música cada vez mais próxima. Seus corações pareciam parados. O sangue certamente havia congelado, sentiam um calafrio em todo o corpo.
Os monstros pareciam ter certeza do esconderijo, iam fechando o cerco. Entraram na cabana, a música deixava os nervos em farrapos.
De repente a claridade: levantam a cama de varas, armam o instrumento horripilante que os esmagaria. A morte estava ali!

Mary! Mary! Mary!
Assustada Mary desperta, Lu e Lou dormem tranqüilos. Senta-se com alívio e percebe que tudo não passou de um pesadelo. Suada da aventura, sente o desejo estranho de voltar a dormir e saber o final da história.
- Luciene Freitas -

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