4º encontro: Maria e José

Maria e José viajam juntos para Belém para fazer o recenseamento. Ambos se põem a caminho de Nazaré para Belém. José não abandona a noiva gestante. Está ao lado dela. Ambos assumem a responsabilidade pela criança. Maria e José estão comprometidos mutuamente com o noivado. Mas agora precisam decidir-se. Eles têm dúvidas e justamente por isso tornam-se modelos para muitos casais. Não existe casal que também não conheça alguma dúvida. Ora é o homem que duvida se sua noiva dará certo com ele. Ora é a mulher que duvida se poderá ser feliz com aquele homem e partilhar com ele a vida inteira.
Em tais situações se precisa do anjo que aparece em sonho e nos dá coragem para nos decidir. Um anjo pode, no meio da dúvida, dar-nos coragem para percorrer juntos o caminho com nosso parceiro através dos empecilhos externos e inseguranças. Foi assim com Maria e José. Eles decidiram confiar um no outro e o caminho deles tornou-se benção.

Enquanto estavam em Belém, completaram-se os dias de Maria e ela tem um parto totalmente normal, sentiu todas as dores que toda mulher sente. Mas ela não está sozinha. Seu noivo José está ao seu lado e a protege. Depois ela faz tudo o que toda mãe faz. Limpa o filho, o envolve em faixas e embala o pequeno em seus braços.
Normalmente existe o sagrado dever da hospitalidade entre os judeus e entre os gregos, tanto assim que os transeuntes podem confiar num bom acolhimento.

Maria e José vão caminhando de casa em casa, batem às portas e pedem abrigo. Mas são recusados em toda parte. Eles experimentam sentimentos que cada um de nós já experimentou: exclusão, recusa, frieza... Eles só conseguem abrigo numa cocheira, entre os animais e isso é um prenúncio para nós de que Deus nasce na pobreza do nosso coração.
Nas imagens do presépio vemos que nas relações entre Maria e José, Jesus ocupa o centro. Tudo gira em torno de Jesus. Maria e José se deixam levar por Deus e seu anjo e se entregam ao que Deus lhes sugere. Depois das histórias do nascimento, a figura de José se perde. Ele não é mais mencionado.

No Natal as famílias deveriam se maravilhar diante da árvore de Natal e do presépio. É preciso motivação para celebrar, para que pais e filhos se encontrem e se deixem transformar através da meditação do mistério do Natal.
Só quando a família olhar juntos para o Menino Deus no presépio será possível um novo “estar junto”. É preciso ir ao centro do mistério para que a família possa ser um lar onde mora realmente Deus humanado.
- Anselm Grün -

Até o Natal, esse será o tema dos posts aqui no Livre Pensamento. A cada post trarei um dos encontros narrados pelo evangelista Lucas, sempre com uma reflexão de Anselm Grün para nossa época. Ele nos leva a encontrar o Menino Deus e, com certeza, o Natal este ano terá um colorido especial!