Muito enganos sofremos, muita escolha errada e muito desperdício de vida e de alegria, porque somos inibidos por mitos danosos. Construímos em cima deles a nossa desgraça. Mitinhos bobos que inventou nosso inconsciente medroso, sempre beirando precipícios com olhos míopes e passo hesitante.
Por exemplo, o mito da santa mãe, raiz de tanto sofrimento inútil, infantilizados que somos até morrer. Primeiro enganos: nem toda mulher nasce para ser mãe, nem toda mãe é santa. Aliás, muitas são algozes.
Cuidem-se da mãe sacrificial, fujam da mãe que não para, sempre arrumando, limpando, dobrando roupas, escarafunchando armários e bolsos alheios sob pretexto de limpar... Essa mãe em qualquer hora do dia há de cobrar, com gestos, suspiros ou silêncios, cada migalhinha de gentileza.
Liquidem com o mito do bom velhinho: nem todo velho é bom só por ser velho. Nem sempre o velho ou a velha está isolado porque os filhos não prestam ou a vida foi injusta. Muitas vezes, tornam-se tão ressequidos de alma, tão ralos de emoções, tão pobres de generosidade e alegria, que espalham ao seu redor uma atmosfera gélida que espanta quem for se aproximar.
Temos ainda o mito do homem forte: naturalmente poderoso e competente, o eterno provedor que vive numa solidão fria... pois saiba: ele é apenas um pobre mortal. Possivelmente foi ele quem criou o mito da rainha do lar, para agüentar sua sorte: não é carinhosa, mas é uma santa; reclama de tudo, mas é uma santa; não me escuta, mas é uma santa...
O mito de que a juventude é a glória demora a ruir, e deveria cair o quanto antes; mas nossa sociedade fútil e nossa fútil cultura não permitem. Aqui e agora, vemos o combate à ruga, à gordura, à vida real e ao tempo que tudo transforma: nem sempre para pior. Por não ser burro, jovem também se deprime, se mata, adoece, sofre perdas, angustia-se com o mercado de trabalho, pressão social, incertezas da própria idade.
Enfim, a lista seria longa, mas se a gente começar a desmitificar algumas dessas imagens interiorizadas, começaremos a ser menos infelizes. O melhor seria ter mais alegria com aquilo que temos e com o que podemos fazer – como gente de verdade numa vida real.
- Lya Luft -
Até amanhã!
5 comentários:
Olá amiga.....
Amei suas posatagens, tanto do perdão como o da faxina dos mitos, tomara que o primeiro a cair seja o da balança....
Deus te abençoe querida.
bjs
Ah é verdade,quando a gente ver na TV aqueles casos de mães que jogam os filhos que acabaram de ter no lixo...é de doer,não é?Mas infelizmente é verdade. Um dos mitos que deveriam acabar é aquele que toda mulher tem que casar e ter filhos.Tem quem quiser e quem puder.
Bjocas!Boa semana!
Oi,Amiga Tetê! Passou bem a Páscoa?
Vim ver as novidades por aqui e desejar uma Ótima Semaninha.
Adorei o Post de hoje,nota 10! Devemos mesmo por abaixo alguns mitos!
Um deles então, convivo diariamente,nem toda velhinha é boa! Sou responsável por uma tia de 92 anos,que sempre foi uma pessoa má e continua sendo até hj!É claro!
Eu faço tudo por ela e ela ainda me xinga pelas costas!!!
Hj mudei o lay da minha "COZINHA" e coloquei o post novo e tb no Casal de Lobos4.
E os outros mitos tb devem ser abolidos!!!
Depois, se puder, passe nos meus Cantinhos pra ver os posts,
e tem uma receitinha pra Festas na Cozinha!
Uma Linda Semana pra Vc!
Beijos , MARY.
http://cozinhandocommary.zip.net
http://casaldelobos4.zip.net
Nooossa, que texto!
Tetê, querida, como você está?
Estamos, bem e com saudades de vc!
Um beijo no seu coração!!!
Existem mitos absurdos, mas que aos poucos vamos quebrando todos eles. Quantos nós já quebramos não é mesmo???
Como foi de páscoa??!
Beijos, querida
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