A Rainha de Copas

Todas as noites descia as escadarias, corredor afora ia maquinando as novidades. Devasso, amava sem limites. Seguia o instinto. Pelos corpos que possuiu, deixou profundas marcas.
Das cartas do seu baralho, guardava um certo cuidado apenas “A Dama de Ouro”.
Por ser o jogo de vencedores, disputava com outros, mas que ninguém tentasse lhe passar para trás. Não era homem de perder.
Quando uma mulher lhe interessava, não era necessário que ela o achasse atraente para se aproximar. Era o rei, a quem todos deviam reverências.
Naquela madrugada estava com Anna di Asisi, a esta dedicava atenção especial. Ainda não descobrira o porquê. Tão bela quanto as outras, porém madura, experiente. Um magnetismo sem explicação. Seu toque o deixava louco.
No leito, sentia-se no paraíso. Após sair, irritava-se com a dependência. Era o rei! Não gostava de se sentir assim.

Foi quando resolveu mudar o rumo das coisas, sairia mais; procuraria novas amantes; viajaria a outros reinos; organizaria grandes caçadas.
Após realizar o que havia planejado, voltou a sentir a dependência. Pensou em desistir do encontro. Alguma coisa muito forte o arrastava. Aquela noite desceu mais cedo as escadarias. Corredor afora pensava no encontro, as mãos geladas, um suor frio molhava-lhe o corpo.
Rodou a maçaneta da porta, Anna sorria confiante. Já o esperava, sempre o esperou. Nada mais viu além da mulher.
Amaram-se como nunca haviam feito antes. Ao beijar o alvo corpo, descobriu na pele marcas de corações.
Naquele momento descobriu que dormia com a “Rainha de Copas”, nenhuma outra mulher o interessava.
- Luciene Freitas -

Com o início da Semana Santa os posts no Tempo de Celebrar serão diários. Estamos na reta final para a Celebração da Vida! Espero por você!

Até amanhã!